Hoxe día 4 de decembro a nosa revista quere participar no lanzamento simultáneo en varias linguas do novo vídeo da cantautora catalá Sílvia Tomàs. Aínda que este é o seu primeiro vídeo, xa ten tres discos editados até o momento.
O vídeo que hoxe presentamos inclúe un par de cancións do seu último disco Següent pas, ao longo de case 10 minutos, dirixido por Adrià Olivares e Ivardia Produccions: os temas titúlanse “Un vell home” (en catalán) e “Recordando” (en castelán), e queren reivindicar a memoria histórica dos nosos antergos, dunhas clases populares que vivían moito máis arraigadas na súa terra e no territorio que habitaban. Fálannos dunha cultura de noso que tiña moito de positivo e que ficaron no esquecemento, malia poder servirnos hoxe para facer fronte a moitos dos problemas que temos no presente e que virán no futuro.
A autora foi inspirada por un libro recente: El comú català. La història dels que no surten a la història de David Algarra (2015) sobre o que teñen escrito xente como Carlos Taibo, David Fernàndez, La Ciutat Invisible i Mar Carrera. Las canciones también las inspiran muchas personas que sin haber escrito nada han sido ejemplo y testimonio vivo de cultura popular perdida.. Os tres membros do trío (Sílvia, Guillem Boada y Mateo Martínez) veñen participando durante estes últimos anos en proxectos e prácticas comunitarias e de recuperación dos vencellos coa terra.
Algúns destes proxectos comunitarios e agroecolóxicos, como la Rectoherria (Sant Jaume Sesoliveres), vinculado a la Germania de Terra Viva del Penedès, y Can Tonal de Vallbona (Sant Antoni de Vilamajor), vinculado a la red Vallbona Suport Mutu, aparecen no vídeoclip.
O vídeo estréase hoxe, simultaneamente en 15/15\15 (en galego), La Directa (en catalán) e na revista Soberanía alimentaria, biodiversidad y culturas (en castelán), con subtítulos en todas estas linguas e mais no euskera. Nas redes sociais estase a empregar a etiqueta #UmaHistóriaPorLembrar e mais a referencia á conta de Twitter do grupo: @SilviaTomasTrio. Para a nosa revista é un pracer e un honor poder participar deste lanzamento dunha peza artística que se suma ás que van sementando un novo imaxinario para unhas novas civilizacións que recuperen valores e prácticas culturais que foron arrasadas por esta industrial que está a chegar á súa data de caducidade.
Letra das cancións, traducida ao galego-português por Joám Evans
“Há que lêr na história o silêncio dos vencidos”
Uma história por lembrar
É a história de um velho homem que no seu tempo foi pastor
da aldeia que o viu nascer entre oliveiras e valores.
É a história doutro homem a quem mataram o seu rebanho,
deram um uniforme, um novo almanaque e um anaco de pão.
Quem sabe o que aconteceu com aquele pastor, que agora jaz sem o seu cajato?
O quê aconteceu com a gente da sua aldeia e os campos que já não são?
Roubaram os saberes, a terra, e tornaram-os em jornaleiros,
e é quando chove que ainda chora, lembrando a noite e o frio.
A miséria de uma sementeira que não alimenta a todos igual.
A tragédia da fome quando a terra dá comida.
É a vida doutro homem a quem obrigaram a ir embora
de lá onde as árvores lhe falam do seu passado mais afastado.
Tiraram-o da miséria, da mesma na que o fundiram,
e abriram-lhe as portas de um corredor muito bem pintado
com luzes e cadeiras quentes e um futuro garantido,
e agora jaz olhando o chão, sem cajato nem rebanho.
Abre os olhos e lembra a mulher que mais ama,
mãe dos filhos que deu à vida, mãe e labrega que morreu cantando:
«Talvez antes fôssemos pobres, não o tínhamos tudo, é claro.
Em inverno come-se brócolis e no verão sega-se o trigo.
A tormenta avisa-nos do cereal que teremos.
Levaram-nos o que sabíamos e os que o sabem, sábios morreram.
Quem colheita as suas sementeiras? Quem recolhe os seus refrães?
Quem recolhe a sua sementeira?
Que os nossos filhos já não sabem como fazer crescer a sua comida,
como se chega ao sacrifício, como se enfrentam as verdades.
Amor meu, que nos mercaram a terra e non a soubemos defender
e agora venden-a por peças como se for un anaco de pão.
Amor meu, teu, da vida, nunca é tarde para lembrar
que a terra não se pode vender, a terra não se pode comprar.
Pode-se cuidar e abandonar, tal e como a humanidade».
Lembrando o que não vivi, o que não aprendi,
neste longo caminho que começou antes de ter nascido.
Lembrando o que sim existiu, o que não vivi,
o que esconderam, tudo o extinto, tudo o engolido.
Lembrando rio, árvore, vento, verso, sementeira, canto, campo,
lenha, lareira, infância, anciã e parto.
Lembrando, lembro que nos venceram
mercando a lembrança, sequestrando a terra,
violando o seu rasto, e agora…
Nem rio, nem árvore, nem aldeia, nem praça, nem lenha,
nem infância, nem festa, nem outono, nem primavera.
Lembrando que insultaram nossos devanceiros
vendendo “no campo a vida mata”,
quando quem mata é quem a torna escrava.
Lembro que estamos progredindo para viver conectados a nenhures.
Progredindo para viver sem terra, nem aldeia, nem praça, nem lareira.
Lembro que damos a mão a quem nos dá migas e sede,
enquanto sugamos o sangue da terra que nos viu nascer,
ao humano, à planta, à pedra, ao poder…
Lembrando que sem rio, nem praça, nem aldeia, nem terra, nem ar,
não comer, não andas, não abrigas, não amas, não respiras, não sangras.
Lembrando, lembro que nos venceram
mercando a lembrança, sequestrando a terra,
violando o seu rasto, e agora…
Nem rio, nem árvore, nem aldeia, nem praça, nem lenha,
nem infância, nem festa, nem outono, nem primavera.
Lembrando lembro que posso lembrar
e, na lembrança, lembro atuar.
Quem colheita as suas sementeiras? Quem recolhe os seus refrães?
Fermosa voz, fermosa e real historia, fermoso texto. Enormes silencios son os que nos matan, xusto agora, cando xa as palabras nada resolven pois os que mandan -todos eles- nunca tiveron palabra.
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