“A última pessoa que habitou esta casa foi a minha tia-avó. No tempo em que aqui esteve, o contador da luz não correu: fez vida a quando o sol, e não deitou mão nem uma só vez da eletricidade, mesmo sabendo que ia ter que pagar por ela o mínimo de qualquer forma.”
Janeiro, 2015. Duarte, Roque e Ibán recebem-nos à noitinha na morada deles de Chã da Marinha com esta deliciosa história familiar decrescentista (da altura em esta etiqueta nem sequer existia) e um café bem quentinho. Há só seis meses que os três começaram a transição nesta casa familiar do Vale de Esmelhe, a poucos quilómetros de Ferrol, mas o espaço está já cheio de vida e de motivação. Vários gatinhos mexem-se à volta dos alhos com que estão a trabalhar quando aparecemos. Galinhas, porcos, vacas e patos também fazem parte deste projeto integral em que pessoas e animais integram o mesmo ciclo que os bosques e a horta.
Pumido ao Natural nasceu com a intenção de coletivizar um espaço familiar abandonado, mas a sua ação vai para além disso, apoiada em três piares básicos que são o económico (através dos produtos da horta), a criação de comunidade, e o empenho divulgador de técnicas de permacultura e outros saberes, novos e velhos, que permitem a autossuficiência. E, no transfundo, a filosofia da cultura livre a impregnar tudo, e o desejo de polinizar com as experiências deles outras terras, outras comunidades, outras cabeças.
A Galiza pós-petróleo torna-se carne e osso entre as paredes da casinha de Esmelhe. Com os seus habitantes falámos dos medos, das ameaças, das alegrias e das aprendizagens da volta ao rural.
Do momento em que decides fazer do decrescimento uma realidade (ou quando o pessoal é político)
Há dois anos, no caso de Duarte, e seis meses, no de Ibán e Roque, que decidistes começar um projeto de vida no meio rural, afastados da sociedade de consumo e tudo o que a rodeia. Porquê? Qual era a vossa situação?
Ibán: Eu tinha tido um trabalho assalariado, e tinha estado também como autónomo, mas apercebi-me que de maneira nenhuma me sentia dono da minha vida. Comecei com o tema da agricultura, indo a cursos de permacultura com professores e professoras muito interessantes, e conheci outra gente e outra forma de ver o mundo. Estive a trabalhar como voluntário em granjas ecológicas, mas queria ficar na Galiza, assim que comecei a procurar projetos aqui. Num dos cursos de apicultura conheci o Roque; o Duarte já o conhecia de toda a vida. Assim que avançamos isto, e converti-me numa pessoa sem vida assalariada nem número de conta.
Duarte: Eu nunca fui assalariado. Licenciei-me e frequentei um mestrado em energias renováveis, mas nunca me contrataram. Fui-me embora para Barcelona porque a minha namorada estava lá, sem trabalho, nem nada que fazer. No mesmo prédio em que morava, no centro da cidade, havia uma horta comunitária, assim que um dia fui lá ver e comecei a falar com toda a gente. Trabalhavam coletivamente, as pessoas guardavam as colheitas nas casas e depois faziam-se jantares comunitários. Voltei para a Galiza para tirar um curso de bioconstrução e topei-me com um colega que trabalhava em Canido para começar este projeto, em dezembro de há dois anos. Quando conheci o Roque e o Ibán, vi que tínhamos ideias mais semelhantes, duma iniciativa que fora mais para além da horta e se tinha convertido num projeto integral, assim que vieram para aqui.
Roque:Eu, igual que Ibán, já tinha essas inquietações. Queria ser autossuficiente, mas via-o ao longe. Graduei-me em biologia há pouco, e quando esta oportunidade apareceu, estava nesse momento de crise em que não sabes o que fazer. Aproveitei a ocasião, porque sou da zona e, se a deixava passar, ia-me arrepender muito.
Acho que muita da gente que nos está a ler pode sentir-se identificada com estas histórias de vida. Continuemos pois a falar do aspecto mais pessoal… Como receberam a notícia nas vossas casas?
D: A vida na cidade é muito mais dura, condena-te a uma sensação de inutilidade. Fazes tudo o que te venderam que tinhas de fazer e não tens trabalho nem se cumprem as tuas expetativas sociais… A família ficou contente de me ver mais feliz. No início, não entendem, mas tudo muda se te virem com constância, com vontade. É normal! A minha avó fugiu do campo, como pode perceber que eu queira voltar? Ela pergunta-me porque quero voltar aos anos 40, e eu digo-lhe que não é o mesmo: nós voltamos com informação e com muita vontade de ir tecendo uma rede aqui.
R: Eu sempre fui um pouco excêntrico entre os meus amigos, assim que suponho que não surpreendeu demasiado. Em casa, no início ficaram com dúvidas, mas agora aceitam bem a minha nova situação. O meu pai gosta do campo, e de vez em quando até vem ajudar-nos.
I: É verdade que te vês obrigado a dar explicações, cada um passou pelos seus tempos obscuros, mas quando te veem tão convicto, tão consciente de tantas coisas como nós somos agora, rejeitar a nossa forma de agir é impossível. Para nós, isto é a saída. Isso reflete-se no nosso estado de ânimo, assim que as pessoas acabam por aceitar.
Pilar I: A formação e a divulgação
Uma das “linhas mestras” de Pumido ao Natural é a formação em temas de permacultura, e a divulgação destes saberes. Imagino que este caminho começa pela própria autoformação… Ou conhecíeis já o agro?
R: Ibán e Duarte são de Ferrol; eu, duma aldeia próxima, de Covas. Na minha casa havia horta e vacas, mas eu era um desses moços que viviam no agro, mas não faziam vida nele.
D: Para nós, a autoformação é básica. Falar, ler, organizar cursos, ver vídeos na Internet… Apesar de tudo, a agricultura aprende-se no campo, e não fica outra que experimentar. Para nós, foi básica também a relação com os vizinhos; eles têm as chaves que precisamos. Eu, por exemplo, li muito os “permacultores puristas”, mas não me recusei a fazer regos e trabalhar com o sacho. Depois, apercebi-me que assim perdes muito tempo, que é muito melhor trabalhar em socalcos. Uma camada de compostagem, outra de caixas de papelão sem tinta, palha, plantamos, e ao colher, mais uma camada de compostagem e papelão. E assim vais preparando o solo, sem destruir os extratos. Porém, a essa conclusão só é possível chegar a experimentar!
Juan Antón Mora ou César Lema são algumas das pessoas que passaram por aqui nestes meses para compartilhar os seus conhecimentos. O que vos fornecem estas experiências?
D: A formação é para nós um pilar fundamental. Cada encontro dá-nos muita energia, e na semana seguinte, trabalhamos super bem-dispostos! Dão-nos a vida que às vezes falta aqui, já que isto não é o “campo jovem” e dinâmico de que nós gostaríamos. Aqui o vizinho mais novo tem 70 anos. O bom é que às atividades vem tanto gente nova doutros projetos alternativos como pessoas do lugar, e isso para nós é mui importante. O encontro com Juan Antón Mora foi brutal; ele é uma pessoa cheia de energia. Entre outras coisas, compartilhou connosco a experiência do seu “bosque de alimentos”, um conceito de permacultura que copia o sistema dos bosques, esses espaços férteis que ninguém vai regar. Neles, as plantas e árvores convivem, cada uma na sua época do ano.
R: A permacultura é o ponto por onde decidimos começar, mas o leque vai-se abrindo à medida que penetramos neste mundo. No mês passado, por exemplo, veio uma rapariga chamada Xisela, que tem uma horta urbana num museu de arte contemporânea em Móstoles, e deu um atelier de cosmética natural em que aprendemos a fazer cremes para as mãos. Pretendemos caminhar para a autossuficiência, em todos os seus frentes.
I: O encontro com César Lema foi também espetacular! Ensinou-nos a fazer pão de bolotas e compartilhamos com ele um jantar bem bonito. Para além destas atividades com pessoas externas, queremos começar a fazer “sábados abertos”, aos quais as pessoas que quiserem possam vir aprender connosco sobre quaisquer tarefas que estivermos a desenvolver a cada momento, ajudando-nos e compartilhando conhecimentos. E também levamos a cabo algumas atividades para crianças no local social, como a oficina de “bombas de sementes” que fizemos há pouco e que teve muito êxito.
E no que diz respeito à reabilitação da casa? Também vos tivestes que formar ou não fizestes reformas?
D: Quando cheguei havia um falso teto muito fraco que retiramos para deixar as vigas a descoberto, como estão agora. Também arranjamos o forno com barro, mas a casa não precisou de reformas estruturais. Faltam só algumas coisinhas, como amanhar a corte dos porcos para não filtrar água.
R: Tem a estrutura da casa tradicional galega, assim que está bem pensada e bem preparada para o clima desta zona.
I: Eu quero construir a minha própria casa num terreno dos familiares pertinho de aqui, e quero fazê-la com barro.
Pilar II: Semeando comunidade
Muitas destas atividades de formação de que estamos a falar têm lugar no centro social da paróquia e contam com uma grande presença de vizinhas e vizinhos, algo que outros projetos semelhantes não conseguem.
I: Nós estamos aqui porque a vizinhança o tornou possível; isto há que dizê-lo. Tratam-nos mesmo muito bem. Vêm às atividades que programamos e muitos mesmo já mudaram a forma de cultivar. Para nós, enquanto só um fizer isto, já é uma semente importantíssima.
R: Chegámos num momento em que a Associação de Vizinhos de Esmelhe está num “boom”. Fazem jantaradas, atividades, ludoteca, renda, acabaram de restaurar o roteiro dos moinhos… Apoiam-nos muito. Oferecem-nos espaço e um projetor para as atividades. Nada a ver com os centros sociais doutras paróquias!
D: Para além de virem às atividades, estão muito atentos aos nossos trabalhos. Vêm ver como semeamos e assessoram-nos. E mais, veem como trabalhamos e também se deixam aconselhar subliminalmente. Por exemplo, aqui os alhos não os plantavam porque alguém lhes disse que a terra era muito ácida, mas, quanto a nós, deram-se bem. As pessoas foram “educadas” desde a década de 70 para plantarem umas coisas e não outras, para acabarem com as pragas de uma determinada maneira… E agora nós propomos-lhes voltar ao tempo em que não se usavam químicos.
R: A senhora Julia, que vivia nesta casa, trabalhava tudo natural e sem químicos. Aqui havia muita gente que já fazia permacultura antes de receber este nome.
I: Para nós esta troca de saberes é imprescindível; queremos criar comunidade. Nas cidades, se não tiveres um ovo, não comes ovo. Aqui é bem diferente. Eles não querem ver morrer a aldeia em que cresceram, assim que põem muito da sua parte para que a relação corra bem.
Em relação a isto, há um tema bem interessante e que preocupa muita gente que quer iniciar o seu êxodo para o rural. Aqui não começastes de zero, sois “netos de”. É mais fácil voltar ao sítio de onde se é?
D: Sobre isso falámos muito. Eu tive a oportunidade de começar projetos em Barcelona, mas o seu campo não é o mesmo que o nosso. E a casa da minha família estava aqui, assim que tinha mais sentido vir.
I: Eu estive quase a começar com um projeto na Serra de Outes, onde colaborei intermitentemente e me trataram muito bem. Mas depois apareceu isto e, a verdade, melhor do que na tua terra não vais estar em lado nenhum. A fama do meu avô e do meu bisavô precedem-me, e isso facilita as coisas. Os mais velhos não desconfiam tanto.
E para além da aldeia, também estais a trabalhar para criar comunidade?
D: Estamos, sim. Estamos a organizar um grupinho de pessoas que trabalhamos nos mesmos parâmetros, como o pessoal de São Sadurninho, por exemplo. Queremos trabalhar em rede; que eles nos cubram nos produtos que nós não podemos oferecer e vice-versa, já que pomos os mesmos preços e cultivamos da mesma forma.
R: Colaboramos também com a associação Con Suma Conciencia, mais centrada em temas energéticos.
Pilar III: Sobrevivência e autossuficiência (ou como viver sem salário)
Outro dos medos mais compreensíveis para quem estiver a pensar em começar um projeto é a subsistência económica enquanto este sistema não acabar de esmorecer; uma agonia que, por outra parte, não sabemos quanto pode durar. Como fazeis para obter algum recurso económico?
D: As feiras eram uma fonte de receitas, mas deixamos de ir bastante, já que não queremos dobrar-nos perante a nova lei de etiquetagem, porque achamos que vai evoluir para novas formas de controlo.
I: Sim, esta Lei é apresentada como ótima, mas nós pensamos que é uma cortina de fumo, já que todo o mundo teria que ter o produto registrado e uma espécie de faturação com tudo aquilo que entra e o que sai no caso de haver uma auditoria. Nós defendemos a venda direta e transparência. Não procuramos selos estatais, preferimos o selo da confiança, e que os próprios grupos de consumo venham ver como trabalhamos se quiserem. Esta Lei pode acabar com o mercado de venda de excedentes, porque muitas senhoras que estão a ir às feiras, se tiverem que cadastrar-se, pararão de ir.
D: Ainda assim, a produção da horta que temos agora mesmo está toda vendida a familiares e amigos e aos grupos de consumo de Ferrol. Este sistema requer mais programação, mas é muito interessante para nós. Nesta época temos acelgas, escarola, porros, nabiça, fava-loba a crescer, sementeiros para a primavera,… Fazemos também pequenos trabalhos para os vizinhos, como a roça, e com eles obtemos mais algum pequeno recurso.
I: O que procuramos realmente é a autossuficiência: por pouco que vendamos, vamos ser capazes de subsistir, porque a nossa necessidade de dinheiro é mínima.
D: Para isto temos que ser multifacetados! Na casa dos pais do Roque, por exemplo, têm uma colmeia da qual tiramos a cera para fazermos os produtos cosméticos. O projeto é um organismo vivo, em que mudam as necessidades e também as pessoas. Como vamos ganhar dinheiro, se nos fizer falta algum, vai dizê-lo o tempo. Dentro de 10 anos se calhar a horta é só para autoconsumo porque todo o mundo tem, e pensamos noutra forma de subsistir. Não temos medo.
I: Estamos também abertos a qualquer mudança. A moeda social aqui ainda não está muito trabalhada, mas tem muitas possibilidades.
E apoio institucional? Recebeis? Quereis?
I: Não nos interessa. Não queremos nada do Estado nem dos bancos.
D: Poderíamos estudar trabalhar com cooperativas como Fiare, mas por agora não temos intenção. Não queremos que nos deem nada, para não lhes devermos nada também não.
Libertação dos saberes (dos novos e dos tradicionais)
Insistis na importância dos conselhos dos e das mais velhas. O modelo autossuficiente e respeitoso com o meio que estais a explorar já existia na sociedade tradicional e toca a resgatá-lo, não é?
I: Bom, a agricultura não é nada novo; talvez sim a filosofia deste modo de vida e as ameaças com que nos topamos hoje em dia. As pessoas viviam do campo até ao êxodo provocado pela indústria. Agora a indústria faliu, acabaram as prestrações e toca a voltar ao campo, mas a realidade não é a mesma.
R: Estamos numa situação sem precedentes e para continuar em frente toca misturar o modelo de antes, do que tantas coisas estamos a aprender, com técnicas novas que deem resposta a novas necessidades.
D: Quer sejam tradicionais quer novos, esses saberes têm de ser libertos e partilhados. Queremos compartilhar batatas, mas também a maneira de as plantar. Não acreditamos nesse paradigma competitivo que diz que estamos a atirar pedras contra o nosso telhado ao compartilharmos os nossos saberes. O nosso objetivo é que todo o mundo possa plantar e funcionar com um banco de sementes onde estiverem todos os produtores associados, e que isso nos permita prescindir do mercado. Isso já se está a fazer com a Rede de Sementes!
E nas cidades?
Falamos da vida no rural, das suas oportunidades e das suas dificuldades. Mas, e nas cidades, não há saída?
I: Há! Estão os centros sociais okupados, as hortas urbanas… Se as pessoas se juntam, podem, e há sítios onde isto já está a ser demonstrado.
R: Em Ferrol estão mesmo Os Mapuches, na horta comunitária do Canido, e Carança… Mas, quanto a mim, devo reconhecer que esta transição nas cidades ainda não a vejo. Há muita gente e pouco espaço para plantar. Se não tiveres espaço para plantar, o que fazes?
I: Os espaços tomam-se. Se aqui podemos viver autossuficientes numa casa, lá podem fazer o mesmo num bloco de edifícios. O próprio Juan Antón Mora perguntava-se porque é que nas cidades as árvores são apenas decorativas e não produtivas. Há que procurar espaços para produzir alimentos!
D: Eu penso que há saída, mas se também for seguido este caminho da autossuficiência. Não podemos pensar que 6 milhões de pessoas vão migrar para o campo. A transição tem de ser a diferentes ritmos. A solução está nas pessoas. As pessoas estão raivosas, em concentrações e greves, mas agora toca a construir, dependendo o menos possível. Somos a primeira geração que não vai saber obter da terra a sua própria comida!
R: Nós debruçamo-nos muito sobre isso. Ferrol é uma das cidades com mais desemprego e as pessoas saem à rua em manifestações para apostarem num modelo que está morto. Querem voltar ao de antes, não há interesse por gerar uma alternativa. O movimento mais clássico está muito associado a isto, mas é uma perspetiva bastante niilista. A luta está na autossuficiência.
O que diríeis a quem ainda não deu o passo?
I: Que desligue a televisão, que desperte, que saia da cidade ou procure recursos nela, que está tudo por fazer.
R: No agro ninguém te vai dar nada, não vai ser fácil. Mas é a saída e temos que começar a construir alternativas para que cada vez seja menos dificultoso migrar para ele.
Esmelhe, 2030
Para finalizar, como vos vedes em 2030? E o resto da sociedade galega?
D: Eu penso que a sociedade galega está preparada para a transição, e vai ser mais fácil que noutros sítios graças à proximidade do rural e do minifúndio.
I: Mesmo nos sítios onde não há minifúndio, há esperança: as terras podem-se tomar, podem-se distribuir doutro jeito. Eu imagino uma sociedade completamente pós-petróleo, com uns transportes e uns sistemas de comunicação que pouco têm a ver com os que conhecemos. E com mais presença da bicicleta!
R: Bom, também há muitas forças e muitos interesses perigosos: a privatização do sol, do monte, as unidades de piscicultura… É preciso lutar. Como projeto, acho que em 2030 teremos avançado bastante.
D: A vida no campo será para então uma alternativa mais espalhada e esperemos que os saberes também estejam estendidos e compartilhados.
Vamo-nos embora de Esmelhe com uma mão-cheia de caquis da casa e a sensação de que a lenta agonia do sistema é menos lenta e menos agónica graças aos pequenos construtores que, em cada cantinho do país, estão a levantar os cimentos da nova civilização que nos aguarda.
Conteúdo editado em colaboração com o periódico Novas da Galiza